quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

se vive...

E eu desacostumei a falar da tristeza, da falta, peguei a linda mania de falar de tudo que é, pra mim, doce. “Mas lembrar-se com saudade é quase como despedir-se de novo”, né? Por isso, sumido, pra ficar tudo odara, pra deixar de lado o que dói, joguei fora o teu retrato. Virei a casa toda do avesso, pra nenhum vaso de flor, pra nenhum poema perdido falando de amor, qualquer coisa fora do lugar que for, me lembrar você. Chega o vento do outono, trazendo as folhas mortas das árvores mais próximas. Eu fico sentada na varanda, observando enquanto ele carrega tudo o que eu conheço. Se preciso, coloco o Caetano Veloso tocando no último volume, e assim em todas as estações. Quero só o que é lindo e o que faz bem, José, o resto pega pra você, guarda que um dia talvez eu precise - que até as coisas bonitas da vida, meu amigo, até elas enjoam. É preciso saber disso, que pra rir tem que chorar, e pra dar valor à felicidade se tem que sofrer. É assim que se aprende, Zé: se vive, se vive, se vive, se vive, se vive, se vive e se vive…


 (thesoulofheart)

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